Com frequência me pego refletindo sobre o contexto pré-eleitoral em que vivemos. Principalmente pela polarização política que se caracteriza.

Até é possível entender que parte da sociedade não se identifique com os “polos” desse momento político. Afinal, uma eleição em dois turnos, serve para isso mesmo. Para manifestarem-se várias opiniões. Agora o que não é possível digerir é alguém, mesmo tendo a alternativa da chamada “terceira via”, decidir desde já por um candidato com o histórico recente de condenação por corrupção e pilhagem do nosso país.

Eu me refiro, não aos vassalos, interesseiros, bandidos de plantão e comparsas que sempre ocuparam as hostes desse partido que se transformou em quadrilha e submeteu o Brasil a uma cleptocracia. Refiro-me a outro público.

Reconheço ao meu redor pessoas que imagino ter um intelecto qualificado. São pessoas que não se enquadram nos grupos acima descritos e não teriam motivos para serem tão cegas frente a realidade que vivemos.

Duas coisas são possíveis identificar nessas pessoas. Primeiro; são aquelas que não possuem a prática da leitura, não buscam informação de fontes diversas e não gastam tempo em “reflexões” e “debates” de ideias. Segundo; pessoas que ou são oriundas de “bolhas” ideológicas ou ainda moram nelas. Predominantemente professores (na ativa ou aposentados), agentes de universidades e de meios acadêmicos, profissionais que atuam em atividades de cunho social (médicos, advogados, assistentes sociais, funcionários públicos etc). Os que conseguiram furar essa bolha são os mais bem preparados. Conhecem o problema por dentro.

O que causa dó é identificar pessoas de boa índole sendo abduzidas sem perceber que sentam do lado errado da arquibancada. Terceirizaram a sua vontade, suas convicções e sua opinião. Sendo vitimas da espiral do silencio passam a opinião sem conseguir sequer fundamentar as suas posições. Para serem aceitas, falam o que os outros esperam. Seus familiares, amigos ou colegas de trabalho. Como gado que segue a voz do dono.

O fenômeno da Engenharia da Opinião Pública explica isso. Como sugestão indico uma aula ou ensaio com o mesmo nome. “Psicologia e a Grande Mídia – A Engenharia da Opinião Pública” (Youtube- Brasil Paralelo).

Na verdade, muito do que se chama “Opinião Pública” nasce de um pequeno grupo com força na mídia, nos grupos de interesse (players do mundo financeiro, meio político e outras oligarquias). Esses grupos, por sua força e poder, conseguem vender a ideia de que, as suas posições e opiniões, são a da maioria das pessoas. Quando, na verdade, são somente as opiniões desses grupos. Vide o que se assiste nas pesquisas eleitorais atualmente. Como já verificado no passado.

Contudo, permanece a estranheza. Por que a maioria das pessoas se deixa controlar mesmo não tendo convicção das ideias que eles defendem?

O psicólogo Solomon Asch (1907-1996) fez uma experiência interessante. Combinou com os seus alunos na sala de aula que todos iriam dizer que a sua camisa era azul. Quando na verdade era vermelha. Assim que entrou um outro aluno o professor começou a perguntar a cada um qual a cor de sua camisa. Todos respondiam que era “azul”. Quando por último perguntou ao aluno retardatário o mesmo concordou com os colegas. Disse que a camisa era “azul”. Mesmo sabendo que era vermelha.

Esse experimento mostra de forma inequívoca o quanto as pessoas são susceptíveis à força do “grupo”. Com medo de não serem aceitas ou serem criticadas elas acabam fazendo afirmações com as quais não concordam.

Eu só espero sinceramente que essas pessoas de boa índole e bem intencionadas não assumam a postura que assumiu a população chilena. Que, com a sua postura de omissão, entregaram o país para um grupo de guerrilheiros que está destruindo a grandeza que um dia foi aquele país.

A pergunta que fica é: vale a pena deixar o “nojinho” roubar o seu futuro? Vale a pena fingir que nada do que foi apurado nos esquemas de pilhagem do PT no Brasil aconteceu? Que muitos dos efeitos nefastos de carestia, perda do poder aquisitivo, combustíveis caros e queda do padrão de vida não se devem aos esquemas e às políticas implementadas pelo PT? Que a fatura do esbanjamento de crédito do passado, que as aparentes facilidades daqueles dias não estão batendo às nossas portas hoje?

Não esqueçam. Eles estão avisando. Vão acabar com o teto de gastos, vão acabar com as isenções e voltar com os impostos que foram zerados nesse governo. Prometem acabar com a reforma trabalhista e reverter as privatizações.

O Brasil vai voltar a ser grande novamente… Pra eles e para os seus companheiros. Como naqueles dias na história recente desse país…

Nessas eleições escolham qualquer coisa. Menos ser um cúmplice.

Luís Fernando Galvão 

Presidente do MEB-SUL

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