Estimados parceiros de MEB-SUL,

            Lá, há mais de um ano, tivemos a ideia de criar no MEB-SUL com os objetivos e pautas bem conhecidas de todos. Havia uma batalha a ser travada para qual todos nos sentíamos chamados.

            Pensávamos que, partindo de um pequeno grupo, podíamos chegar a uma grandeza capaz de influenciar e atuar de maneira significativa todo o processo que se avizinhava. No entanto essa foi uma primeira lição. Não se deve querer criar algo do nada para que se torne grande. Algumas lutas deve iniciar pequena, se tornar grande para depois se transformar em algo. Esse algo, chamado MEB-SUL, trilhou numa expectativa de que as muitas vozes que não se manifestavam poderiam fazê-lo através nas nossas vozes. Acontece que, como comprovamos recentemente, os conservadores ainda não estão com a consciência preparada para romper o silêncio e enfrentar com vigor as forças contrárias às nossas agendas.

            No lugar de disponibilidade de participação e de apoio nos deparamos com pessoas com medo, assustadas e sem coragem para se expor. Os tímidos apoios não surtiram os efeitos esperados. Pena…

            Tentamos espalhar nossas ideias com cartas, com o nosso manifesto, convites feitos, pedidos de apoio e ajuda foram formulados. Parece que não foram suficientes.

            Quando travamos embates com a justiça eleitoral, por causa das publicidades feitas em outdoors sentimos o quão sozinho estávamos. A qualquer momento parecia que algo com maiores consequências poderia acontecer. E o limitado apoio nos jogava nos ombros pesada responsabilidade.

            Se foi assim lá no passado que dirá agora que vivemos a distopia de um país cuja a democracia e a legalidade são estupradas diariamente. Sem dó nem piedade.

            Nessa realidade mais pareceremos um grupo de Dom Quixotes com um alvo pintado no peito… Onde isso nos levaria?

            Não se trata de medo ou de covardia. Trata-se de lógica e discernimento. A luta tem que continuar, mas a “farda” deve ser outra…

            Os combates que se avizinham nos avisam que os métodos e as estratégias devem ter outros matizes.

            Tentamos. No terreno do debate e do convencimento não deu. Na esteira da liberdade de expressão e do enfrentamento com as armas políticas não foi possível. Esse tipo de batalha foi interditado. Cancelado…

            Vivemos tempos aterradores. Basta imaginar como devem estar se sentindo os nossos irmãos brasileiros e patriotas que hoje estão sendo tratados como bandidos pela justiça do nosso país.

            Assistimos boquiabertos um cenas que mais se pareciam com os Gulags soviéticos onde eram presos os considerados bandidos, criminosos e todo aquele que se manifestassem contrário ao regime. Velhos, crianças, mulheres, bebês e pessoas sem um crime na sua história de vida. Assustador. Isso nos fará pensar…

            A luta continua. A forma de combate é que deverá mudar. O tempo nos mostrará como, quando e onde isso se dará. O que se tem certeza é que precisamos ser, cada vez mais, prudentes como a serpente, sem perder a paz e a mansidão das pombas. Mas a peçonha do bem deve ser inoculada. Mesmo que de forma furtiva. Com todo o despudor da verdade, como diria o meu poeta amado. Meu pai.

            Ele nos dizia para amar o ódio aos vendilhões do templo e amar o despudor da verdade. A rebeldia dos inconformados com a passividade. Dizia para odiar o compromisso fiel de interesses viscosos. Isso faremos sempre.

            Desistimos da forma e não da luta. Aprendemos, acreditamos e dividimos momentos que nos prepararam para as próximas batalhas. Combatemos o bom combate…

            Prefiro a tristeza de não ter conquistado do que a vergonha de não ter lutado.

            Foi-se uma batalha, mas não a guerra!

            Assim o MEB-SUL se despede.

            Obrigado à vocês que dividiram essa empreitada comigo.

            Fraterno abraço!

Luís Fernando Galvão

Presidente do MEB-SUL

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